O Fim de uma Era do Rádio – Noruega foi o Primeiro País do Mundo a Abandonar as Transmissões de Rádio FM (Frequência Modulada).

Sob os olhares de outras nações, a Noruega tornou-se o primeiro país do mundo a retirar do ar o sinal de rádio FM em frequência modulada. O processo começou em 2017. O desligamento, realizado no dia 11 de fevereiro daquele ano, ocorreu na cidade de Bodø, no extremo norte do país, próximo ao Círculo Polar Ártico, com cobertura ao vivo da televisão norueguesa.

Segundo o governo, atualmente a Noruega possui 22 estações nacionais de rádio digital e ainda há espaço para outras 20. No entanto, restam apenas cinco estações nacionais em FM para uma população de cerca de cinco milhões de habitantes.

Foto dias de hoje

O serviço público de radiodifusão norueguês, o NRK, desligou seu sinal FM antes da concorrência. O processo, entretanto, não ocorreu de forma repentina: o desligamento foi realizado gradualmente, região por região, a partir de janeiro de 2018.

Foto anos 70 e 80

Economia

O Ministério da Cultura da Noruega estima que a digitalização das emissoras nacionais de rádio gera uma economia anual de aproximadamente US$ 25 milhões (cerca de R$ 80 milhões).
“O custo de transmissão de rádio nacional pela rede FM é oito vezes maior do que pela rede de Retransmissão Digital de Áudio”, afirmou o ministério em comunicado oficial. Isso se deve, em parte, ao menor consumo de energia da transmissão digital.

A ministra da Cultura na época, Thorhild Widvey, destacou outras vantagens:

Foto Stúdio Envolvendo Tecnologias de Hoje

“Os ouvintes terão acesso a um conteúdo mais diverso e plural, com maior qualidade de áudio e novas funcionalidades.”

Segundo Widvey, a digitalização também melhora o sistema de resposta em emergências, já que o sinal digital é menos vulnerável a condições climáticas extremas.

Foto passado jamais será esquecido anos 70

Indústria

Diversos países da Europa e do sul da Ásia também avaliam a transição para o rádio digital – incluindo rádios online.
Para o analista britânico James Cridland, o desligamento do sinal FM na Noruega representa um “momento de apreensão” para a indústria global de rádio:
“Espero que os noruegueses tenham feito o suficiente para reter a audiência e garantir que aqueles que ainda não migraram para o digital o façam logo. Caso contrário, muitos podem preferir ouvir suas próprias coleções de música ou serviços de streaming.”

Cridland alerta ainda que, se a audiência cair, outros países podem hesitar em desligar seus sinais de FM e AM.

Foto Stúdio na Europa

A transição tecnológica

A substituição progressiva da frequência modulada (FM) pelo novo padrão digital busca enriquecer o conteúdo e permitir a criação de novas emissoras. O sistema DAB (Digital Audio Broadcasting), lançado em 1945 nos Estados Unidos, é transmitido por via hertziana, oferecendo melhor cobertura do território, possibilidade de reescutar programas (como podcasts) e envio facilitado de alertas em caso de catástrofes ou emergências como afirmam as autoridades norueguesas.

Foto Stúdio na Europa 2

“O objetivo principal desta mudança tecnológica é oferecer uma programação de rádio mais ampla e de melhor qualidade para toda a população”, explicou Ole Jørgen Torvmark, diretor da Digital Radio Norge, que reúne profissionais de emissoras públicas (como a NRK) e privadas (como a P4).

País inovador em tecnologia, a Noruega prepara essa transição há décadas: desde 1995 o FM convive com o DAB. No entanto, muitos noruegueses consideram a mudança prematura. Segundo pesquisa publicada no jornal Dagbladet em dezembro de 2017, 66% da população era contrária ao fim total do FM, enquanto apenas 17% apoiavam a medida.

Foto anos 70, anos de Glória do Rádio FM

Atualmente, 74% dos noruegueses possuem ao menos um aparelho compatível com o sinal digital. Porém, apenas um terço dos automóveis está adaptado. Para os carros, é necessário adquirir um adaptador que custa entre 1.000 e 2.000 coroas (110 a 220 euros) ou comprar um novo rádio já compatível.

Foto Modelo de Rádio anos 70

Foto Toca Fita e Rádio Bosch anos 80

“É um absurdo. Não preciso de mais estações além das que já tenho”, disse à AFP o aposentado Eivind Sethov, de 76 anos, morador de Oslo. “É caro demais. Espero que os preços caiam antes de comprar um adaptador para meu carro.”

Foto Stúdio na Europa 3

Torvmark, porém, defende a mudança:
“É natural que, em uma grande transformação tecnológica, surjam dúvidas e críticas. Mas metade dos ouvintes já sintoniza semanalmente emissoras que antes não poderiam existir.”

Foto Stúdio Tecnológico de FM

A Noruega é pioneira nessa digitalização também por sua topografia de fiordes e montanhas, além da população dispersa, o que encarece a manutenção das transmissões FM. O processo de desligamento começou na província de Nordland, em 11 de janeiro de 2017, às 11h11 (08h11 em Brasília), e se estendeu por todo o país entre 2017 e 2018, tornando obsoletos milhões de transmissores e aparelhos analógicos.

Foto Rádio FM anos 80

Na Europa, países como Suíça, Reino Unido e Dinamarca seguem o mesmo caminho, enquanto outros permanecem atrasados.

Foto Frequência de Rádio Europeia  

“Está demorando demais”, lamenta Simon Spanswick, presidente da Association for International Broadcasting (AIB), afirmando que muitos governos resistem à mudança digital para evitar descontentamento da população, que precisaria investir em novos equipamentos.

Foto Toca Fita Rádio SHARP

O Caso Brasileiro

O Brasil que conhecemos agora vivencia a virada do Rádio FM, ainda está agarrado ao velho Rádio FM/AM e ainda não se modernizou muito atrasado por sinal. Agora que começamos a tal digitalização no meio das Rádios AM, isso ainda deve levar um bom tempo para a tão esperada modernização do rádio brasileiro. Isto deverá levar uns 10 a 15 anos, pelo menos no Brasil, por causa do custo altíssimo nesse setor, que se refere à aquisição de novos equipamentos tecnológicos para a migração do AM para FM e, no futuro próximo, o rádio totalmente digital (ou seja, transmitido pela internet).

Quando falamos em digitalização de emissoras AM para FM, o empresariado prefere logo de cara vender ou entregar a concessão, por não conseguir investir na mudança. É preferível desistir! Uma total controvérsia de mundos, enquanto o mundo moderno já está na era do Rádio Web Digital, ou seja, rádios pela internet com super velocidade, e a cada dia surgindo cada vez mais rádios digitais modernas, amplas e tecnologicamente perfeitas. Então, qual será o destino do Rádio FM brasileiro? Alguém me diga, por favor???


Pesquisador: Roberto Marques – Radialista, Jornalista & DJ – Especialista em Tecnologia, Mídia e Propaganda Digital

📖 Fonte de pesquisa: GZH – ClicRBS




The End of a Radio Era – Norway Becomes the First Country in the World to Abandon FM Radio Broadcasting

Under the eyes of other nations, Norway became the first country in the world to shut down FM (Frequency Modulation) radio signals. The process began in 2017. The shutdown took place on February 11 of that year in the northern city of Bodø, near the Arctic Circle, and was broadcast live by Norwegian television.

According to the government, Norway currently has 22 national digital radio stations with capacity for 20 more. However, only five FM stations remain in this nation of five million inhabitants.

The Norwegian public broadcaster, NRK, switched off its FM signal before private competitors. The process was not sudden; instead, it was carried out gradually, region by region, starting in January 2018.

Economy:

The Norwegian Ministry of Culture estimates that digitizing national radio stations generates annual savings of about US$ 25 million (approximately R$ 80 million).
“The cost of broadcasting national radio on the FM network is eight times higher than through the Digital Audio Broadcasting (DAB) network,” the ministry stated. This is partly due to the lower energy consumption of digital transmission.

Former Culture Minister Thorhild Widvey highlighted other advantages:
“Listeners will have access to more diverse and plural content, enjoy higher audio quality, and benefit from new features.”

Widvey also explained that digitalization improves emergency response systems, since digital signals are less vulnerable to extreme weather conditions.

Industry:

Several other European and South Asian countries are also considering transitioning to digital radio, including web-based stations. 

British analyst James Cridland described Norway’s FM shutdown as “a moment of apprehension” for the global radio industry:
“I hope the Norwegians have done enough to retain their audience and ensure that those who haven’t migrated to digital do so quickly. Otherwise, listeners may turn to their own music collections or streaming services. If audiences drop, other countries may be less willing to shut down their FM and AM signals.”

The technological transition:

The gradual replacement of FM with a new digital standard aims to expand content and allow the creation of new broadcasters. The DAB system (Digital Audio Broadcasting), first introduced in the United States in 1945, uses terrestrial transmission, providing better nationwide coverage, the ability to replay programs (like podcasts), and easier dissemination of alerts in case of disasters or emergencies.

“The main reason for this major technological change is to provide a broader and higher-quality radio offering to the entire population,” said Ole Jørgen Torvmark, director of Digital Radio Norge, an organization that includes both public broadcasters (NRK) and private ones (like P4).

A country with a strong technological profile, Norway had been preparing this transition for decades: FM and DAB had coexisted since 1995. Nevertheless, many Norwegians considered the move premature. A survey published in Dagbladet in December 2017 revealed that 66% opposed the complete shutdown of FM, while only 17% supported it.

Currently, 74% of Norwegians own at least one device capable of receiving digital signals. However, only one-third of cars are equipped with the new technology. Drivers must either purchase an adapter costing between 1,000 and 2,000 kroner (110–220 euros) or buy a new digital-compatible radio.

“It’s completely stupid. I don’t need more stations than the ones I already have,” said Eivind Sethov, a 76-year-old retiree from Oslo, in an interview with AFP. “It’s far too expensive. I hope prices drop before I buy an adapter for my car.”

Torvmark, however, reassured critics:
“It’s natural for people to question major technological changes. But half of listeners are already tuning in weekly to stations that previously could not exist.”

Norway’s leadership in digitalization is partly due to its geography of fjords and mountains and its dispersed population, which makes FM broadcasting expensive. The shutdown began in the Nordland province on January 11, 2017, at 11:11 a.m. (08:11 Brasília time), and continued across the country throughout 2017 and 2018, rendering millions of FM transmitters and receivers obsolete.

In Europe, countries such as Switzerland, the United Kingdom, and Denmark are following the same path, while others lag far behind.

“It’s taking too long,” lamented Simon Spanswick, president of the Association for International Broadcasting (AIB), noting that many governments resist digital migration to avoid public dissatisfaction over the need to invest in new equipment.

The Brazilian case:

Brazil, on the other hand, remains stuck in the FM/AM model. The digitalization process is slow and hampered by high implementation costs.

Today, when AM stations migrate to FM, many broadcasters give up and choose to sell or return their licenses instead of investing in the transition. While the modern world moves forward into digital radio and internet-based broadcasting, Brazil risks remaining technologically behind for another decade or more.

 

Researcher: Roberto Marques – Broadcaster, Journalist & DJ – Specialist in Technology, Media, and Digital Advertising



adjetivo: mais, maior, adicional advérbio: mais, ainda, além do mais

Comentários

Postagens mais visitadas